Soluções Coorporativas e Pessoais em Palestras

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ENFOQUE NO DESENVOLVIMENTO HUMANO

segunda-feira, 5 de março de 2012

Emancipação Feminina e a Ditadura da Beleza



Mariana Gidrão: Acredito que as mulheres estão em ascensão pelo fato de terem conquistado novas responsabilidades, hoje, somos eleitas para cargos executivos importantes, presidirmos nações, dirigimos grandes empresas além de determinamos políticas públicas e privadas. Atributos que durante muito tempo eram restritos aos homens.

Jornalista:Não é contraditório viver tempos de emancipação feminina e, ao mesmo tempo, ser tão dependente da ditadura dos padrões de beleza?
 Mariana Gidrão: Sim. Só que com o bônus veio o ônus. Evoluímos quando lutamos por direitos iguais aos dos homens perante a lei (democracia para todos). Nos tornamos independentes financeiramente, isto foi uma grande vitória mas infelizmente algumas mulheres se perderam em meio a tantas conquistas, não conseguiram assimilar o verdadeiro significado da beleza e acabaram se submetendo aos padrões ditados pela mídia, pelos homens e na maioria das vezes por elas mesmas.

Jornalista:Não é a própria mulher que dita esses padrões rígidos de beleza e faz questão de submeter a eles?
 Mariana Gidrão:  Hoje podemos dizer que fizemos o PIB (Produto Interno Bruto) crescer, por outro lado criamos um outro tipo de PIB (Padrão Inatingível de Beleza) rsrsrs. Criamos por parte, pois, em uma pesquisa que realizei ao buscar informações sobre as maiores empresas que oferecem produtos para o consumo feminino principalmente na área da beleza descobri o que já esperava: Cerca de 90% dessas empresas são presididas por homens o que leva a crer que eles tem sua parcela de culpa nessa ditadura assim como a mídia. Mas o que interessa realmente não é quem dita os padrões e sim a maneira como nós mulheres acatamos e vivenciamos esses padrões. Cabe a cada uma buscar o real sentido da beleza.

Jornalista:Isso não gera frustrações?
 Mariana Gidrão:: Claro que gera! A mídia nos condiciona a desejarmos aquilo que não temos e muitas vezes nem precisamos ter. Nunca a indústria de produtos de beleza foi tão poderosa, nunca a indústria da moda foi tão diversificada, nunca se fizeram tantas cirurgias plásticas nem se usaram tantas técnicas de estética para atingir o belo... porém...nunca, uma geração de mulheres foi tão angustiada, desiludida, frustrada, violentadas, prisioneiras. Prisioneiras no único lugar em que não é admissível ser prisioneiro, dentro de si mesmas. Estamos precisando fazer plástica em nossa auto estima.

Jornalista:A maternidade está sendo retardada, com a primeira gravidez acontecendo por volta dos 40 anos. Há uma pressão para que a mulher seja mãe ou é apenas uma opção por cuidar primeiro da carreira?
 Mariana Gidrão: Antigamente tudo era mais rigoroso, a escolha do noivo não era feita pela mulher, mas sim por seu pai, sendo assim um casamento por conveniência e não motivado por amor e ter filhos era consequência do casamento. Hoje temos condições de escolher o que achamos melhor para nossa vida. Pressão existe e sempre existirá mas cabe a nós identificarmos qual o momento mais maduro para sermos mães, donas de casa, esposas ou o que quer que seja. Acredito que uma mulher que escolhe ser mãe aos 40 por ter priorizado primeiro a carreira, tem grandes chances de se dedicar mais aos filhos, tem mais consciência e maturidade para possibilitar aos filhos melhores condições de vida.



Jornalista:Como conciliar exigências de ser uma super mãe, super mulher e super profissional o tempo todo?
Mariana Gidrão: Primeiro devemos rasgar a fantasia de mulher maravilha! Temos que aceitar nossas limitações, reconhecer nossos pontos fracos e pedir ajuda se necessário. Fazer uma coisa de cada vez também é importante, temos que parar com a mania de querermos abraçar o mundo sozinhas. Dar valor aos homens assim como queremos ser valorizadas por eles (é difícil mas não impossível). E por último e fundamental, cuidar do nosso espirito, buscar a Deus independente de religião. Fazendo isso teremos grande chance de sermos Super Felizes.
 

Pra quem é assinante de O Popular:http://www.opopular.com.br/cmlink/o-popular/indice/colunas-e-secoes/spot-1.942/spot-1.129463  — com Ana Cláudia Rocha.

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